domingo, 27 de setembro de 2015

POR QUE TEMOS QUE NOS CURVAR?





Excelentíssimo Senhor Presidente do Tribunal de Justiça
cc. Presidente TC-RS, CNJ, MP, AL-RS, CEJUS, ASJ, SINDJUS, ABOJERIS
e colegas do judiciário gaúcho


Excelência:

Longos anos se passam do tempo em que havia uma espécie de 'pacto' entre os Poderes ou seja o que percebia um magistrado, um deputado, um promotor, um servidor se davam, na mesma proporcionalidade, os respectivos reajustes.

Essa correta aplicação da lei se mostrava justíssima. Porém, a mudança brusca e irreversível dos vencimentos para subsídios alinhados ao STJ nos fez distanciar mais e mais de Suas Excelências.

Neste domingo, li uma matéria no jornal ZH (Sua Vida - Seu bolso/encare a crise - pág. 29), onde nos trás situações de pessoas (casamento, aniversário de filho e formando), os quais tiveram que readequar seus sonhos, reflexo dessa brutalidade de ações que curvam a espinha dorsal do povo gaúcho, mais especialmente, do servidor público.

Não acho justo que tenhamos que nos adaptar a comer frango ao invés de churrasco bovino, já que trabalhamos pesado durante trinta dias para tanto (subjetivando);

Não acho justo que sejamos compelidos à simplicidade se quem faz as leis não se abstém de nenhuma regalia funcional;

Não acho justo, Senhor Presidente do Tribunal de Justiça do RGS, nos abandonar, como é do feitio dos políticos, no instante em que vimos aprovado 8% de reajuste pelo Órgão Especial (o certo seria 15%) para julho p.p. aos servidores e, Vossa Excelência, autorizar o pagamento de auxílio-moradia, PAE e auxílio-alimentar à Classe da Magistratura, pensionistas, juízes e pretores, acompanhados de seus subsídios;

Não acho justo, que Vossa Excelência alegue que é preciso 'um momento adequado' para enviar nosso projeto de reajuste à AL-RS, quando esse Poder para o qual trabalhamos faz a sua parte em concessões ao Executivo, abrindo mão de juros e aumentando a quota de contribuição dos depósitos judiciais com a finalidade específica de pagar em dia o funcionalismo e minimizar o quadro oposto das promessas de campanha do Governador Sartori.


Por que nós, servidores do Poder Judiciário, temos que nos curvar SE o TJ segue se beneficiando - isoladamente - na folha de pagamento do TJ-RS, cujo lema deveria ser: atender aos direitos de TODOS que labutam no considerado melhor Tribunal de Justiça do País?


Curvar-se à simplicidade de viver por conta de uma pincelada e dúbia crise (?? recuo de despesas no legislativo e outros poderes), não pode ser uma matriz para penalizações e cortes de direitos do funcionalismo público, no caso aqui, o Judiciário.

Para finalizar, há quem diga que temos que ser solidários com os servidores do Executivo e, portanto, devemos aguardar (??) pela aprovação do nosso reajuste em momento propício.

Digo, Sr. Presidente, que é chegado o momento de Vossa Excelência falar ao povo gaúcho, parlamentares e governo estadual, em alto e bom tom, que o Judiciário já deu sua contribuição para corrigir a ilegalidade do não pagamento integral do funcionalismo Executivo (uso dos depósitos judiciais e diminuição dos juros) e que, LEGITIMAMENTE, AGORA é a vez de regularizar a vida funcional dos seus servidores!

Assim que, desculpa a palavra, deveríamos ser DEFENDIDOS e ABRAÇADOS por sua Administração que autoriza incrementos mensais exorbitantes à magistratura e esquece das Mãos que fazem um Poder Judiciário se tornar grande e eficaz perante à Nação Brasileira.

Respeitosamente,

Maria da Graça Marçal
Servidora do Judiciário RS
mgmarcal1@hotmail.com



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